segunda-feira, 25 de maio de 2009

Escuto


Escuto o silêncio das palavras. O seu silêncio suspenso dos gestos com que elas desenham cada objecto, cada pessoa, ou as próprias ideias que delas dependem. Por vezes, porém, as palavras são o seu próprio silêncio. Nascem de uma espera, de um instante de atenção, da súbita fixidez dos olhos amados, como se também houvesse coisas que não precisam de palavras para existir. É o caso deste sentimento que nasce entre um e outro ser, que apenas se advinha enquanto todos falam, em volta, e que de súbito se confessa, traduzindo em breves palavras a sua silenciosa verdade.

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